FinEdu e Maple Bear firmam parceria para financiamento de expansão e crédito para capital de giro

 

Parceria FinEdu e Maple Bear

 

A Solução FinEdu é um serviço que usa tecnologia na nuvem para gestão dos contratos de serviços educacionais e controle dos meios de pagamento e que viabilizam a concessão de Linhas de Crédito para escolas de educação básica.

A parceria firmada entre FinEdu e Maple Bear possibilitou a criação de uma linha de crédito exclusiva, de longo prazo, com possibilidade de carência de até 2 anos e prazo de financiamento de até 8 anos, conforme alguns pré-requisitos definidos em conjunto entre as empresas e que podem obtidos junto às equipes comerciais da Maple Bear.

O acesso à linha de crédito se dá mediante a contratação da Solução FinEdu com a integração da plataforma ao sistema de gestão das escolas franqueadas, de forma que os boletos registrados no banco digital parceiro da FinEdu forneça as condições para financiamento de projetos de expansão e necessidades de capital de giro.

Estes fluxos de pagamentos dos contratos em vigor e futuros servirão como garantia das operações de crédito, dispensando a necessidade de garantias reais para a constituição da linha de crédito.

A oferta combinada da Solução FinEdu e dos serviços de crédito do Fundo FinEdu em parceria com a Maple Bear irão possibilitar o financiamento dos projetos de expansão da rede com muita agilidade, além de suprir fundos para as necessidades de capital de giro facilitando o dia a dia das escolas e melhorando o relacionamento entre escola e famílias, com serviços digitais simples e descomplicados, garantindo recursos adequados ao negócio, ao mesmo tempo em que simplifica as funções das áreas administrativa e financeira.

Desejamos sucesso à parceria e que os recursos possam viabilizar crescimento às escolas que tenham esta necessidade.

Maple Bear 

Otimização e modernização da tecnologia na educação

Instituições e organizações de ensino estão pensando além da pandemia para evoluir novas e existentes capacidades digitais e gerar uma estrutura tecnológica moderna. A proposta deste artigo é ajudarmos os gestores educacionais e de tecnologia a compor planos para implantar sistemas de tecnologia educacional e corporativa que otimizam a entrega e maximizam os resultados.

Escopo

Essa iniciativa mapeia e propõem modernização dos ambientes de aprendizagem e ajuda as tecnologias corporativas a fornecer estruturas que otimizam o engajamento dos alunos e sustentam a aceleração digital na educação básica e no ensino superior.

Os tópicos desta iniciativa incluem:

1.              Sistemas Corporativos: Inovar sistemas administrativos para alcançar a modernização e agilidade de processos necessários para compor uma plataforma de tecnologia de educação empresarial.

2.              Ambientes de Aprendizagem: Construir estruturas inovadoras de aprendizagem personalizadas e escaláveis para cumprir os objetivos de realização institucional mais amplos.

A pandemia forçou muitas instituições de ensino a acelerar os investimentos em iniciativas digitais, ao mesmo tempo em que reorientou o foco de suas prioridades. Isso resultou em desafios financeiros e operacionais. No entanto, a pandemia acelerou a necessidade de:

1.              Modernizar a arquitetura

2.              Adaptar processos

3.              Ajustar os modelos operacionais

4.              Mudar os hábitos de entrega para apoiar ofertas acadêmicas inovadoras e opções de engajamento para muitas organizações

 Sessenta e oito por cento dos líderes de TI da Educação Básica e do Ensino Superior combinados relataram uma mudança de ritmo de um pouco mais rápido para significativamente mais rápido de iniciativas de negócios de tecnologia digitais como resultado da pandemia COVID-19. As instituições foram forçadas a se adaptar rapidamente ao aprendizado remoto; no entanto, muitas de suas tecnologias de aprendizagem, sistemas administrativos e modelos operacionais não tinham capacidade para oferecer uma experiência virtual ou híbrida satisfatória. Com a variedade de opções de desenvolvimento educacional e profissional disponíveis no mercado, a concorrência aos alunos permanece alta.

As mudanças demográficas, a ruptura econômica e a turbulência social continuam a impactar os recursos e orçamentos da educação.

Tanto na educação básica quanto no ensino superior temos visto um aumento em:

1.              Fusões e aquisições

2.              Fechamentos escolares

3.              Estresse financeiro

 Cada fator influencia a forma como as instituições de ensino reavaliam as estratégias atuais e os modelos de entrega para garantir um futuro sustentável.

Os gestores escolares devem aproveitar a abertura para a transformação digital, resultante da pandemia, para sustentar a recente modernização da tecnologia educacional, as soluções corporativas e ambientes de aprendizagem para evoluir as capacidades digitais que as instituições vêm buscando há anos. A educação não deve tentar voltar aos modelos pré-COVID-19. No ensino superior, práticas passadas não suportam mais a mudança de modelos de negócios de tecnologia universitários. Na educação básica, as práticas passadas falharam em apoiar novas demandas para uma maior digitalização das escolas. As instituições de ensino estão trabalhando para definir como compõem sua nova identidade e avançam o desempenho institucional em tempos de instabilidade.

À medida que as organizações de educação introduzem e apóiam a implementação de tecnologias inovadoras corporativas, novas capacidades e serviços digitais estão surgindo:

1.              Serviços virtuais/remotos e híbridos para aprendizado, aconselhamento, recrutamento, laboratórios de PC e trabalho

2.              Inteligência artificial (IA): chatbots, avaliação digital

3.              Tecnologia de sala de aula HyFlex

4.              CRM de ciclo de vida cruzada

5.              Business Intelligence e análise de dados

6.              Credenciais alternativas

7.              Soluções e serviços em nuvem/SaaS

8.              Plataformas de integração híbrida

9.              Tecnologias de integração digital

Será possível que as escolas e os gestores possam determinar o caminho que a organização irá construir para sustentar uma plataforma tecnológica moderna e otimizada para a educação? Diversas pesquisas destacam como as diversas possibilidades de negócios de tecnologia digitais podem permitir melhorar os resultados da instituição e otimizar os serviços.

Tópicos

Com a orientação correta os gestores da educação podem atingir resultados positivos com os alunos e ajudar a organização a alcançar sua missão mais ampla. Essa evolução requer uma mudança nas tecnologias corporativas e de aprendizagem para apoiar novas formas de fazer negócios na área de tecnologia. Esses sistemas não se concentrarão mais nos aspectos de back-office corporativo da organização, mas fornecerão o link para melhorar as capacidades digitais e o engajamento digital da organização. A introdução e implantação de recursos inovadores de tecnologia corporativos mudará o papel da tecnologia, pois englobará uma arquitetura multiambiental, mais ampla. Essa arquitetura estará focada em compor uma estrutura de tecnologia com aplicações e soluções pontuais que suportam objetivos baseados em resultados que sejam:

1.              Flexíveis

2.              Centrado em dados

3.              Focados em oferecer engajamento virtual

4.              Com suporte à interações híbridas

Como pontos de destaque, podemos citar oportunidades em:

Tecnologias Corporativas

As organizações de educação básica e instituições de ensino superior devem elaborar uma estratégia de tecnologia corporativa responsiva para:

1.              Otimizar fluxos de trabalho

2.              Análise de alavancagem

3.              Permitir uma integração eficaz

4.              Melhorar o engajamento

5.              Proporcionar uma experiência digital ou presencial satisfatória

 Gestores que efetivamente lideram a modernização das tecnologias corporativas devem posicionar suas instituições para ter sucesso gerenciando e adaptando os esforços de digitalização à medida que a organização acelera para o seu próximo normal. Os gestores devem dividir iniciativas aparentemente esmagadoras em componentes separados que:

1.              Entreguem valor ao negócio principal

2.              Dêem passos incrementais para sustentar o cenário de transformação da educação digital e engajamento híbrido

3.              Construam um ambiente de tecnologia que suporte um complemento das capacidades de aprendizado

4.              Engajem as partes interessadas para desenvolver um roteiro de modernização inclusiva

 

Ambientes de Aprendizagem

A agenda de tecnologia do ambiente de aprendizagem deve ser sempre baseada e originada da missão da instituição, e não ser um fim em si mesmo. As instituições de ensino precisam de estratégias e táticas que funcionem em um contexto educacional para otimizar, modernizar e até mesmo transformar seus ambientes de aprendizagem. Isso inclui a compreensão:

1.              Contexto e drivers para mudança no ensino e aprendizagem

2.              Principais tecnologias, processos e modelos de suporte necessários para sustentar a aceleração pós-COVID-19 dos recursos de aprendizagem digital, ferramentas de colaboração, entrega remota e engajamento virtual

3.              Definir estratégias para engajar os professores na evolução da tecnologia de aprendizagem

A divisão em 2 ambientes distintos dentro da estratégia educacional se mostra fundamental para que as soluções, que são diferentes, se tornem complementares dentro da instituição e possam mostrar como o uso da tecnologia e sua incorporação no dia a dia da organização seja visto como algo que veio para ficar e que precisa ser incorporado na estratégia educacional e nos corações e mentes dos gestores educacionais.

 

Ricardo de Jesus

Sócio da FinEdu Tech e mestrando em Administração de Empresas pela EAESP – FGV

Extraído e adaptado de Robert Yanckello, publicado em 04d e fevereiro 2022 para Gartner Group

Existe investimento que dá mais retorno que Bitcoin, com ZERO de risco?

Sim, investimento na educação básica.

Quem avalia o crescimento econômico chinês se espanta como conseguiram evoluir tão rapidamente e gerar tanta riqueza em tão curto espaço de tempo. O mesmo vale para outras economias menores como Japão e Coreia do Sul, mas não menos pujantes e que não por acaso estão entre os países que hoje detém os melhores indicadores de desempenho na educação básica no mundo.

No Brasil podemos observar que o sistema educacional apesar de produzir baixo desempenho é complexo e confiável em termos de estrutura,  possuindo uma riquíssima  base de dados, que contempla: mapeamento das escolas, alunos e familias, professores, diretores, enfim, temos uma base excelente de informações que nos dá inúmeras possibilidades de análises, mas não sinaliza de forma clara o que deve ser feito para melhorarmos o desempenho de nossos alunos nos testes de proficiência e na absorção de conhecimento, desenvolvimento de raciocínio crítico e lógico e desenvolvimento de ferramentas para que possibilite maior autonomia em suas vidas e contribuam para o crescimento de nosso país, como consequência.

Atualmente a métrica deste conhecimento se dá através de alguns exames, quer  sejam internos ou externos, e que possibilitam avaliar resultados em relação a outras escolas, municípios, estados e países, sendo os mais relevantes o  IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e o PISA (Programme for International Student Assessment) –  é pela avaliação destes exames que podemos verificar a qualidade de nosso sistema educacional e como estamos, quando comparamos os resultados com os demais jovens de países da OCDE, e estamos mal.

Na comparação interna entre os sistemas público e privado, vemos a diferença entre os resultados dos exames, sendo a educação privada mais bem avaliada. Ainda podemos observar como somos pouco exigentes com as metas definidas para melhoria de desempenho do sistema público, são metas fracas e pouco desafiadoras.

No âmbito internacional os resultados do Pisa 2018 mostram que os estudantes brasileiros obtiveram uma pontuação abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Leitura, Matemática e Ciências. Apenas 2% dos estudantes alcançaram os níveis mais altos de proficiência (Nível 5 ou 6) em pelo menos um domínio (média da OCDE: 16%), e 43% dos estudantes obtiveram uma pontuação abaixo do nível mínimo de proficiência (Nível 2) em todos os três domínios (média da OCDE: 13%).

No Brasil, o desempenho médio em Matemática evoluiu entre 2003 e 2018, no entanto, em sua maioria, essa evolução se concentrou nos ciclos iniciais do Pisa. Depois de 2009, o desempenho médio nesse domínio, assim como em Leitura e Ciências, não mudou significativamente.

O nível socioeconômico foi um forte preditor do desempenho em Leitura, Matemática e Ciências no Brasil.

Em Leitura, o desempenho de estudantes em vantagem socioeconômica superou em 97 pontos (média da OCDE: 89 pontos) o desempenho de estudantes em desvantagem socioeconômica. No Pisa 2009, a lacuna no desempenho em Leitura, relacionada ao nível socioeconômico, foi de 84 pontos no Brasil (média da OCDE: 87 pontos).

Nota: São apresentados somente países e economias com dados disponíveis

Fonte: OCDE, base de dados PISA 2018, tabelas I.1 e I.10.1

Estudantes no Brasil obtiveram uma pontuação abaixo da média da OCDE em Leitura, Matemática e Ciências.

O que os estudantes sabem e conseguem fazer no domínio Leitura

No Brasil, 50% dos estudantes atingiram pelo menos o Nível 2 de proficiência em Leitura (média da OCDE: 77%). Esses estudantes conseguem, no mínimo, identificar a ideia principal em um texto de extensão moderada, encontrar informações baseadas em critérios explícitos, embora às vezes complexos, e refletir sobre o propósito e a forma dos textos quando explicitamente instruídos a fazê-lo.

 O que os estudantes sabem e conseguem fazer no domínio Matemática

No Brasil, cerca de 32% dos estudantes no Brasil atingiram pelo menos o Nível 2 em Matemática (média

da OCDE: 76%). Esses estudantes conseguem no mínimo interpretar e reconhecer, sem instruções diretas, como uma situação (simples) pode ser representada matematicamente (ex.: a comparação da distância total entre duas rotas alternativas ou a conversão de preços em uma moeda diferente). A proporção de estudantes de 15 anos que atingiram os níveis mínimos de proficiência em Matemática (Nível 2 ou acima) variou amplamente – de 98% em Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang (China) a apenas 2% na Zâmbia, que participou da avaliação do Pisa para o Desenvolvimento em 2017. Em média, entre os países da OCDE, 76% dos estudantes atingiram pelo menos o Nível 2 de proficiência em Matemática.

 O que os estudantes sabem e conseguem fazer no domínio Ciências

Cerca de 45% dos estudantes no Brasil atingiram pelo menos o Nível 2 em Ciências (média da OCDE: 78%). Esses estudantes conseguem, no mínimo, identificar a explicação correta para fenômenos científicos conhecidos e podem usar esse conhecimento para identificar, em casos simples, se uma conclusão é válida com base nos dados fornecidos.

O desempenho médio em Matemática evoluiu no período entre 2003 e 2018, mas a maior parte desse progresso ocorreu nos ciclos iniciais. Depois de 2009, em Matemática, assim como em Leitura e Ciências, o desempenho médio pareceu flutuar em uma tendência linear.

A tendência inicial positiva (2000 a 2012) foi observada dentro de um período de rápida expansão do ensino médio. Entre 2003 e 2012, o Brasil ampliou em mais de 500.000 a população total de estudantes de 15 anos de idade elegíveis para participar do Pisa. A proporção de estudantes de 15 anos de idade cobertos pela amostra do Pisa aumentou de aproximadamente 55%, em 2003, para 70%, em 2012. É provável que essa expansão das oportunidades em educação tenha atenuado uma tendência subjacente ainda mais positiva no desempenho dos estudantes. De fato, uma simulação que pressupõe que os 25% dos estudantes de 15 anos de idade com pontuação mais alta eram elegíveis para realizar o teste em qualquer ano mostra uma tendência positiva nessa população, não apenas em Matemática (2003-2018), mas também em Ciências (2006-2018).

Quando comparamos nossos dados aos demais países vemos como estamos longe de atingir um nível de aproveitamento adequado, e, como esse desempenho acadêmico está ligado ao desenvolvimento do país no caminho de se tornar uma potência econômica, pois é através da conversão do potencial humano que vemos potencial de riqueza se constituindo na prática. Continuamos patinando, enquanto outros países deslancham de forma consistente em direção ao crescimento econômico e melhores condições de vida e distribuição de riquezas para suas populações.

Avaliamos os dados disponíveis nos países da OCDE e nota-se que os países mais ricos não estão necessariamente à frente nos resultados dos exames, verificamos que os países asiáticos, notadamente a China, domina os melhores resultados bem como outros países do continente como Coréia e Japão e isso ajuda a explicar uma visão mais alinhada com o desenvolvimento de longo prazo destas economias, sendo a educação um foco da estratégia de desenvolvimento destas nações.

Como os estudantes no Brasil se sentem sobre suas vidas e sobre o seu aprendizado?

Instados a responder o questionário do exame 65% dos estudantes brasileiros (média da OCDE: 67%) relataram que estão satisfeitos com as suas vidas (estudantes que marcaram entre 7 e 10 em uma escala de 10 pontos de satisfação com a vida).

Cerca de 90% dos estudantes no Brasil relataram se sentirem felizes às vezes ou sempre e aproximadamente 13% dos estudantes relataram se sentirem sempre tristes. Na maioria dos países e economias, os estudantes foram mais propensos a relatar sentimentos positivos quando declaram um forte senso de pertencimento à escola e uma maior cooperação entre os estudantes.

Os estudantes são mais propensos a expressar tristeza quando sofrem bullying frequentemente.

No Brasil, 77% dos estudantes concordaram ou concordaram totalmente que normalmente conseguem encontrar uma saída para situações difíceis (média da OCDE: 84%) e 55% concordaram ou concordaram totalmente que, quando falham, se preocupam com a opinião dos outros a seu respeito (média da OCDE: 56% dos estudantes). Em quase todos os sistemas educacionais, incluindo o do Brasil, meninas relataram ter mais medo de fracassar que os meninos e esse hiato de gênero foi consideravelmente maior entre os estudantes com melhor desempenho.

A maioria dos estudantes entre os países da OCDE mantêm uma mentalidade de crescimento (eles discordaram ou discordaram totalmente da afirmação: “Sua inteligência é algo que você não pode mudar muito”). No Brasil, 63% dos estudantes mantêm uma mentalidade de crescimento.

 Principais características do Pisa 2018

 Conteúdo

O estudo do Pisa 2018 teve como foco Leitura, sendo que Matemática, Ciências e Competência Global foram áreas de menor foco na avaliação; o Brasil não participou da avaliação de Competência Global. O Pisa 2018 também incluiu uma avaliação do Letramento Financeiro de pessoas jovens, oferecido opcionalmente aos países e economias. Os resultados para Leitura, Matemática e Ciências foram divulgados em 3 de dezembro de 2019 e os resultados de Competência Global e Letramento Financeiro em 2020.

 Estudantes

Cerca de 600.000 estudantes participaram da avaliação em 2018, representando aproximadamente 32 milhões de estudantes de 15 anos de idade nas escolas dos 79 países e economias participantes.

No Brasil, 10.691 estudantes, em 638 escolas, participaram da avaliação, representando 2.036.861 de estudantes de 15 anos de idade (65% da população total de 15 anos de idade).

Podemos observar que os alunos sentem menos os problemas de infra-estrutura ou das necessidades de diretores e professores e mostram-se abertos para assimilar a transferencia de conhecimento, apesar das diferenças econômicas e sociais que são abordadas no estudo completo publicado pela OCDE.

 

Gestão na Educação

Para entender melhor os resultados precisamos inferir sobre a destinação dos recursos atuais da educação no Brasil e para onde a maior parte dos recursos é destinada. A educação superior acabou se mostrando uma escolha equivocada. No início dos anos de 2010 apostamos na formação de mão de obra qualificada, mas o país não formou o contingente de profissionais que era esperado para suportar o desempenho econômico, que também não aconteceu.

Apostamos em resultados de curtíssimo prazo e os recursos foram de destinados a universidades federais, sistemas de financiamento estudantil universitário através do programa de financiamento estudantil (FIES) e de renúncias fiscais (PROUNI) que não produziram resultados e acabou deixando à margem um contingente cerca de 6 vezes maior de crianças e jovens da educação básica sem recursos para investimentos.

Esta reversão de investimentos teve uma mudança drástica a partir de 2019 com a troca de governo e o redirecionamento de recursos para a educação básica, mas ainda carregamos um custeio muito maior proporcionalmente na educação superior. Os dados do INEP referente ao ano de 2019 mostra que foram destinados à Educação Básica cerca de 58,3% do orçamento anual para atender 47,8 milhões de alunos (84,8%), enquanto a Educação Superior recebeu 41,7% dos recursos para atender 8,6 milhões de alunos (15,2%), o que demonstra que há uma desproporção gigantesca que reduz as chances de melhoria de resultados em exames nacionais e internacionais dos alunos da educação básica e representa uma ancora ao crescimento do país.

Sob todos os aspectos a educação básica pública é castigada. Os gastos per capta da educação básica no ano de 2019 na rede particular chegaram a ser 3,5 vezes maiores que na rede pública, porém, ambas ainda ficaram abaixo dos gastos efetivados no ensino superior.

Torna-se clara a necessidade de mudança da gestão dos recursos para privilegiar os investimentos que tem maior retorno, e estes indubitavelmente estão na educação básica. Investir na melhoria da infra-estrutura e em tecnologias de TIC para levar às escolas os conteúdos mais modernos, nos locais mais distantes, na qualificação dos professores e em melhores salários e condições de trabalho, na estrutura de gestão do orçamento com maior participação dos municípios, pois como vimos na gestão do PNI durante a  pandemia as ações concretas acontecem nas pontas e envolver e responsabilizar prefeitos nesta gestão da educação é fundamental, utilizando o know-how que temos da gestão do SUS que vimos que funciona e muito bem.

Assim, podemos buscar melhores resultados comparativos fazendo com que mudanças na gestão sejam implantadas imediatamente visando criar desafios possíveis para professores, coordenadores, diretores escolares e todos os profissionais do setor para que possamos reduzir o gap que temos atualmente em relação a outros países que conseguiram mudar suas realidades, em um passado não tão distante.

É necessária uma gestão que privilegie investimentos corretos e que atendam a maioria da população para que possam produzir uma difusão do conhecimento numa base maior de pessoas, e que isso seja capaz de dar acesso à educação de base, técnico-profissionalizante e superior e possa gerar riquezas para nossa sociedade e todo o país.

 

Ricardo de Jesus é mestrando em Administração de Empresas pela EAESP – FGV

Mestrado Profissional em Administração (MPA)

 

Bibliografia

The OECD – Programme for International Student Assessment (PISA)

Disponível em:  http://www.oecd.org/pisa/publications/pisa-2018-results.htm

Acesso em: 03 nov. 2021.

 

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Brasília, c2021.

Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/ideb

Acesso em: 03 nov. 2021.

5 Maneiras pelas quais os Educadores Podem Começar a Inovar

Os autores do Projeto Zero mostram que fazer mudanças não precisa ser assustador

 

A inovação pode ser uma ferramenta poderosa quando construída sobre as oportunidades e desafios que os educadores vêem diariamente. No entanto, os educadores nem sempre acreditam que têm tempo para inovar e a ideia de inovação pode ser assustadora. Além do mais, os educadores nem sempre recebem a confiança necessária ou a capacidade de agir de forma independente a fim de apresentar novas ideias para as escolas e levá-las adiante.

“O conceito de que você tem que fazer algo que está mudando o mundo ou muda tudo pode ser uma barreira para professores e líderes escolares”, diz Andrea Sachdeva, gerente de projeto sênior do Project Zero na Harvard Graduate School of Education (HGSE) e um associado HGSE. Em vez disso, como ela aponta em Inquiry-Driven Innovation, o novo livro que ela escreveu com a palestrante de HGSE e principal investigadora do Project Zero, Elizabeth Dawes Duraisingh, inovação pode ser algo pequeno.

Dedicar tempo à inovação, dizem eles, pode levar a mudanças positivas com base na escola e até mesmo revigorar a prática. Eles viram essa história se desenrolar em uma pesquisa que conduziram por quatro anos com colegas do Projeto Zero. “Os educadores acharam estimulante criar o tempo e trabalhar em conjunto com pessoas com quem normalmente não trabalhariam. Isso renovou seu senso de propósito”, diz Dawes Duraisingh. “Vai além, ‘Aqui está minha lista de tarefas’, para pensar sobre o que estamos nos esforçando e como posso incluir isso em meu trabalho como professor e revitalizar o que estou fazendo?”

Aqui estão cinco princípios que as autoras recomendam para educadores que desejam fazer mudanças em suas escolas:

Seja determinado e intencional. Pense por que você está buscando inovação em sua escola. Inovação pode ser uma palavra da moda para muitas pessoas, evocando grandes avanços tecnológicos. Não precisa ser grande, mas precisa ser relevante e responsivo ao seu contexto local.

Inclua perspectivas diversas. Crie diversos grupos de estudo de educadores e ouça atentamente a todos os envolvidos. Reúna colegas que geralmente não têm a chance de trabalhar juntos – sejam educadores de diferentes áreas de estudo ou com diferentes níveis de autoridade ou tipos de experiência de vida – e certifique-se de prestar atenção às vozes que muitas vezes são deixadas de fora das conversas sobre mudança escolar, como alunos e seus pais. Ao trabalhar para incluir diversos pontos de vista e experiências, você terá conversas diferentes do normal e é mais provável que vá além das listas de tarefas. Sua inovação também tem mais chances de ganhar força dentro de sua escola.

Promova a propriedade local. Certifique-se de que a inovação comece a partir das necessidades e desejos da sua comunidade local, em vez de seguir as tendências atuais em educação ou recomendações de mudanças vindas de fora. Ajude todos os envolvidos a sentirem propriedade, orgulho e investimento nas mudanças, por exemplo, dando à sua inovação um nome que a conecte à sua escola.

Antes, deixe suas estruturas e suporte prontos. Os educadores não podem simplesmente inovar imediatamente sem o suporte e a estrutura adequados para serem bem-sucedidos. Isso significa estabelecer equipes de trabalho que tenham o apoio de toda a escola, inclusive com os líderes, e que recebam permissão para experimentar coisas novas.

Continue. Considere como manter a iniciativa mesmo após o entusiasmo inicial. Crie estruturas de apoio para ajudar as pessoas a continuar desenvolvendo e refinando a inovação ao longo do tempo. Algumas das ferramentas de desenvolvimento profissional que podem ajudar nesse processo podem levar apenas 10 minutos por dia na prática.

 

Tradução do artigo: 5 Ways Educators Can Start Innovating

https://www.gse.harvard.edu/news/uk/21/08/5-ways-educators-can-start-innovating

O que são e os benefícios de contratos digitais

O QUE SÃO CONTRATOS DIGITAIS
Um contrato é uma “representação exterior do fato que se quer provar”. Ele é constituído por duas declarações de vontade (das partes) através de informações registradas em um meio físico que não podem ser alteradas, por isso, a necessidade de assinatura e testemunhas.

Podemos considerar como contrato eletrônico declarações de vontade expressas por meio digitais. Para valer, basta que ele esteja de acordo com a lei (não apresente atividades ilícitas) e que as partes estejam de acordo.

ASSINATURAS ELETRÔNICAS
Elas servem para garantir a integridade de arquivos digitais, evitando que haja fraude ou falsidade ideológica.

COMO ASSEGURAR SEUS CONTRATOS DIGITAIS
Utilize um sistema de gestão de conteúdo corporativo que permita a implementação de fluxo de aprovação de assinaturas de documentos digitalizados. Também é possível criptografá-lo a fim de proteger as informações.
Procure versões de assinaturas digitais com recurso de reconhecimento de assinatura manuscrita ou por biometria, por digital ou íris. O uso de tokens, por exemplo, não elimina a possibilidade de outra pessoa assinar em nome de uma das partes.

APOSTE EM CONTRATOS DIGITAIS
Como você viu, contratos digitais têm a mesma validade de contratos físicos. Basta garantir alguns pontos e pré-requisitos para que ele realmente valha perante a lei. Na verdade, o contrato digital pode ser decisivo em determinados casos, já que é possível aferir a geolocalização das partes no momento da assinatura, bem como a data, sem precisar de testemunhas.

Matéria publicada no portal SEBRAE – Inovação

Entenda como funcionam os contratos digitais para empresas

PMEs pretendem trocar seu banco por Big Techs ou Fintechs, diz estudo da EY

Tempo de leitura: 3 minutes

Uma pesquisa divulgada nesta semana pela consultoria global EY mostrou que 36% das 5,9 mil pequenas e médias empresas já consideram trocar seus bancos por fintechs e Big Techs. Segundo a EY, essas empresas sofreram duramente o impacto da pandemia e para sobreviver, precisaram acelerar sua digitalização – agora, esperam o mesmo dos seus prestadores de serviços financeiros.

O levantamento revelou, por exemplo, que mais da metade (53%) das PMEs consideram importante que a instituição financeira entregue uma experiência digital descomplicada e/ou uma plataforma self-service, facilitando e trazendo agilidade aos processos. Além disso, 68% delas estão buscando gerenciar o máximo de demanda possível através de um canal digital unificado.

Mais de um terço (38%) das PMEs ouvidas desejam mais agilidade dos bancos – 25% delas até pagariam por um acesso mais rápido às soluções. A grande maioria (82%) concorda em fornecer informações para o principal fornecedor de serviços financeiros (bancos, fintechs ou bigtechs).

Com a pressão da competição por parte das big techs, os bancos que não colocarem o consumidor no centro, e nem apresentarem produtos que ajudem no processo estratégico da evolução das PMEs, tendem a perder market share.

Ou seja: os que não construírem a própria plataforma de infraestrutura mais completa, que envolva não somente soluções de crédito, mas que auxilie no processo macro de desenvolvimento das PMEs, provavelmente terão que optar por plataformas de terceiros, perdendo uma nova oportunidade de receita.

As startups e a busca pela inovação

As startups viraram o atalho à inovação.
Se, no passado, o desenvolvimento de novos produtos e de soluções vinham de programas de P&D e laboratórios criados dentro das companhias,
hoje boa parte das inovações adotadas vem de fora.
A abertura para inovação é parte da estratégia de gestão das empresas maiores, estes atalhos ajudam a criar o ambiente de mudança.
A velocidade das mudanças tecnológicas tem sido um dos motores desse movimento. Nos últimos anos, as empresas entenderam que, se ficassem fechadas em seus ambientes, teriam mais dificuldades para inovar e poderiam perder competitividade diante dos concorrentes. Normalmente, o tempo e o dinheiro gastos dentro dos centros de pesquisa das empresas são maiores quando comparados à exploração do ecossistema de startups, formado por mais de 15 mil empresas, dizem especialistas.

Artigo do nosso sócio Matheus F. Bonelli publicado na Brazilian Review of Finance em 23-06-2021.

Redução de risco no crédito com duplicatas

O principal obstáculo para o acesso a crédito em empresas de países emergentes é a dificuldade de colocar ativos como garantias, seja por conta de um sistema legal que dificulta a recuperação da garantia pelo credor em caso de default(ex-post), seja pela dificuldade de verificação da integridade e unicidade da garantia ex-ante (Fleisig et al., 2006).
Os recebíveis comerciais (por exemplo, duplicatas), são uma das principais fontes de garantia em potencial para as empresas. Burkart e Ellingsen (2004) mostram que a possibilidade de colocar os recebíveis como garantia para obtenção de empréstimos é um dos principais determinantes do crédito entre firmas (crédito mercantil ou trade credit), e Harris e Dudney (2018)mostram que empresas que conseguem obter crédito a partir de recebíveis têm um crescimento de vendas mais acelerado do que as que não conseguem. Para o intermediário financeiro, a concessão de crédito a partir de recebíveis passa pela redução da assimetria informacional uma vez que o tomador conhece seus recebíveis melhor do que o intermediário financeiro.
Mais especificamente, os bancos e intermediários financeiros preocupam-se com a integridade do recebível (i.e., evitar o chamado “crédito fumaça” concedido a partir de “duplicatas frias”) e a unicidade da garantia (i.e., ter certeza de que aquele recebível já não foi dado em garantia para outro empréstimo).
Esse estudo utiliza uma base de dados inédita disponibilizada pela Central de Registro de Direitos Creditórios S.A (CRDC S.A), que compreende mais de 129 mil notas fiscais eletrônicas (NF-e), que resultaram em quase200 mil duplicatas disponibilizadas aos agentes financeiros entre março e junho de 2017, para investigar determinantes observáveis de “eventos negativos” relacionados a recebíveis das empresas. Esses eventos negativos, como o cancelamento de uma nota fiscal ligada a um recebível, podem indicar uma deterioração na qualidade da garantia (i.e., um aumento no risco de crédito).A compreensão dos determinantes de eventos negativos a partir das características da duplicata e dos cedentes pode auxiliar os intermediários financeiros a selecionar os tomadores (screening), a melhorar a precificação das operações de crédito, bem como a melhorar o monitoramento dos tomadores após a concessão, reduzindo a assimetria de informação entre o agente financeiro e o tomador pelo acompanhamento das NF-e associadas ao crédito.
Esses determinantes podem servir como indicadores de alerta (warning signals) para os agentes financeiros que concedem créditos lastreados em duplicatas, coma finalidade de reduzir o risco de informação. Neste artigo, começamos testando se a probabilidade de efetivação do crédito é menor (ex-ante) dado que houve o cancelamento da Nota Fiscal ele-28Brazilian Review of Finance (Online) 19(2), 2021
Redução de risco no crédito com duplicatas eletrônica (NF-e) ex-post. Nossos resultados indicam que a probabilidade de efetivação do empréstimo é aproximadamente 33% menor a partir de recebíveis baseados em NF-e que depois foram canceladas. Esse resultado indica que os intermediários financeiros são capazes de utilizar as informações disponíveis para inferir (pelo menos em parte) a qualidade do recebível dado como garantia, e são menos propensos a fornecerem empréstimos a partir de NF-e que venham a ser canceladas.

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